domingo, 24 de agosto de 2008

Braços

Foto de André Kertész, Central Park, NY -1944

"Salvar uma vida é como salvar o mundo". O Talmud

Há vasos bons e veias vivas que não rompem. Carrego um peso que não é meu, mas se aliviar para você me é leve: seu corpo em minhas flores.

Ancorado no céu do seu porto, sigo as ordens do Único e Verdadeiro Capitão. Ao mar: o que seria de nós sem os espelhos? Vejo frestas do firmamento refletidas nas águas que vertem de seus orifícios. Navego.

Salvo seu coração como salvasse um barco, querida, meus braços ofereço como fossem o pélago. No escuro, a vela: um sopro a apaga e a impulsiona. Paradoxos da linguagem da vida. E lá de cima a morte nos observasse: precipício doce sem precipitações.

Vem, assim, ainda, nademos sem salvação. O peixe não quer segurança, quer salto sem rede. E toda a perplexidade de não haver âncora.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ao Mar um prelúdio de sensações.
Descobertas compostas de sons imaginados
Ancorados na vertigem das ilusões.
Saboreados no silêncio das canções.
Viver por terras, mares, definições.
Morrer tão jovem no percalço das emoções.
Embalar segredos divagados na escuridão.
Sem medo, sem apego, sem razão.

Anônimo disse...

Coisa Linda!

Anônimo disse...

É esse amor que te adoece a alma! Carregas um peso que não é teu...
Que dívida pensas ter?
O que está querendo provar?
O que te impede de se libertar?

Anônimo disse...

Sublime!!! Búsqueda constante del "único y verdadero Capitán", tal vez???
Confirmo mi primera impresión, ya compartida con vos: EXISTE UNA PULSIÓN INTERNA TAAAAN INTENSA....que las letras transmiten con dolor desagarrado en cada palabra...en cada silencio...en cada imagen. QUÉ DE MUNDOS QUE TE HABITAN!!!!! Congratulation!!!
Zuni